Podemos acreditar num ensino presencial em setembro?

 

As escolas estão a organizar-se para regressar ao ensino presencial no início do próximo ano letivo. Será uma realidade?

Apesar das aulas serem presenciais a partir de setembro, as escolas vão estar preparadas para dar uma resposta mais rápida em caso de necessidade, ou seja, se a situação de pandemia em Portugal assim o justificar. Deste modo, serão criados outros dois regimes – misto e não presencial -, que entrarão em vigor em situação de contingência.

Muitas escolas já estão a arranjar estratégias para reduzir o risco de contágio nas escolas, e muitas vão introduzir o ensino misto logo de início. Ou seja, para diminuir o número de alunos em simultâneo na escola poderão ser criados turnos em algumas disciplinas e enquanto uns vão à escola nuns dias, os outros têm ensino à distância e vice-versa. São ainda propostas em cima da mesa, e convém esperar pelas comunicações oficiais de cada agrupamento. O que é certo é que vai ser mais um ano atípico.

 

A DGS foi alertada recentemente para novo pico de casos de Covid-19 em outubro, três semanas após o início das aulas. O que podemos então esperar?

Penso que seja importante os pais ganharem a consciência que continuamos em contexto de pandemia e, infelizmente, assim continuaremos por tempo indeterminado. Será bastante provável o encerramento de várias escolas após serem detetados casos de Covid-19, como já se tem verificado sobretudo nas creches e infantários que já abriram. Nesses casos, entra o plano C, ou seja, o regime à distância.

 

O que podemos então fazer?

Enquanto pais, já passámos pela experiência da telescola e do ensino à distância. É um regime de ensino que precisa de ser aprimorado para ser mais eficaz e criar menos desigualdades. E nisto, o que podem os pais fazer? Criar as melhores condições possíveis a pensar na forte possibilidade do regresso do ensino à distância.

 

  • Criar um espaço propício ao estudo dotado com equipamentos para o ensino à distância:
    Se já era importante o aluno ter um espaço em casa adequado ao estudo, esse mesmo espaço ganha agora uma maior importância. Deve estar ainda dotado de tecnologia que lhe permita assistir às aulas síncronas sem constrangimentos. Para quem não tem condições para adquirir equipamentos necessários para o ensino à distância, acredito que o Governo arranje solução de forma a garantir a universalização do ensino à distância. Para isso, António Costa, o nosso primeiro ministro, já anunciou um grande investimento (400 milhões de euros). Teremos de aguardar para ver se esse investimento se irá realmente concretizar e se conseguirá garantir que todos os alunos tenham acesso a um computador e acesso à internet, de forma a minimizar as desigualdades que já existem.

 

  • Conhecer algumas plataformas com conteúdos escolares e que ajudem no estudo:
    Existem plataformas digitais com conteúdos escolares que podem ajudar bastante no estudo. Contudo, muitas delas são pagas. O Bichinho do Saber é uma plataforma com acesso completamente gratuito a todos os conteúdos (resumos, exercícios, vídeos, powerpoints, …) e pode ajudar tanto os alunos como os pais que precisem de relembrar a matéria e assim consigam apoiar mais os seus filhos no estudo. Nesta plataforma encontram-se conteúdos desde o Pré-Escolar ao Secundário, e novos conteúdos estão constantemente a ser adicionados de forma a dar cada vez melhor resposta e a cada vez mais alunos.

 

  • Sensibilizar o seu filho para os cuidados de higiene e segurança:
    O risco de qualquer um de nós ser infetado com o novo coronavírus é bastante elevado, sobretudo se não forem tomadas medidas de higiene e segurança, como o lavar frequentemente as mãos e manter o distanciamento social. Penso que esse distanciamento necessário será o principal obstáculo. Primeiro, porque nem todas as escolas conseguirão dar as melhores condições para esse distanciamento. Depois, porque quer sejam crianças, adolescentes ou já a entrar na fase adulta, o contacto com os outros também é saudável e necessário, e por vezes é fácil esquecer alguns cuidados que poderão deitar por terra todos os outros esforços para não contrair o vírus. Irá ser mais uma questão difícil de gerir…

 

  • Pensar já em soluções se tiver filhos que não tenham idade para estar em casa sozinhos:
    De um momento para o outro a escola do seu filho pode fechar e terá de arranjar solução onde o deixar para não ficar sozinho em casa. Nem todos os pais podem realizar teletrabalho ou dar-se ao luxo de faltar ao trabalho, com apoio do Estado ou não. Se faz parte deste grupo, também poderá ser importante começar a pensar nessa questão.

 

Em suma, a maior certeza é a incerteza do que se irá passar e temos de nos preparar para as várias possibilidades. Na melhor das hipóteses (e vou manter o otimismo máximo para que seja realidade, apesar de ser praticamente quase impossível) irá ser descoberta uma vacina até setembro e aí poderemos todos estar mais descansados e alguma da normalidade irá regressar. No entanto, o mais provável será a convivência com este vírus sem ter sido ainda descoberta uma vacina, e todos os cuidados serão poucos. As escolas estão a adaptar-se para dar a melhor resposta possível, também os pais devem fazer o mesmo de acordo com o momento de incerteza em que vivemos. A escola apenas regressa em setembro, ainda há tempo, mas não deixe tudo para a última. É importante ter a consciência que o pior da pandemia poderá estar ainda por vir.

 

 

Luis Carrilho

 


EXPLICAÇÕES PRESENCIAIS, AO DOMICÍLIO OU ONLINE


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