Economia A 11º ano | A Contabilidade Nacional

 

ECONOMIA A | 11º ANO


A CONTABILIDADE NACIONAL


RESUMO DA MATÉRIA
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APRENDIZAGENS ESSENCIAIS


 

9. A Contabilidade Nacional

 

9.1 Noção de Contabilidade Nacional

A Contabilidade Nacional representa, de uma forma simplificada e quantificada, as operações económicas efetuadas pelos diversos agentes económicos de um país ou região durante um determinado período de tempo.

 

Funções da Contabilidade Nacional:

  • Fornecer informação necessária acerca da evolução da economia;
  • Proporciona informações essenciais para elaborar previsões e definir políticas económicas;
  • Estabelece comparações internacionais / entre economias.

 

9.2 Conceitos necessários à Contabilidade Nacional

O Sistema de Contas português utiliza conceitos e metodologias próprias com base num conjunto de princípios comuns, definidos internacionalmente:

  1. Setores institucionais;
  2. Território económico;
  3. Unidades residentes;
  4. Ramos de atividade.

 

1 – Setores institucionais

São setores institucionais:

  • Sociedades não financeiras (atividade principal: produção mercantil de bens e serviços)
  • Sociedades financeiras (atividade principal: produção de serviços financeiros)
  • Administrações públicas (atividade principal: redistribuição de rendimento)
  • Famílias (atividade principal: consumir)
  • Instituições Sem Fim Lucrativo ao Serviço das Famílias (ISFLSF)
  • Resto do Mundo

Cada setor institucional agrupa diferentes unidades institucionais, que se caracterizam por serem centros de decisão com comportamentos que lhes são característicos.
Ex: Família Ferreira e Família Carvalho no setor institucional Famílias

 

2 – Território económico

É o espaço geográfico em relação ao qual o país dispõe de direitos exclusivos e que se encontra sob domínio económico de uma única administração pública.

Pertencem ao território económico de um país:

  • O espaço terrestre e aéreo, as águas territoriais e a plataforma continental;
  • As zonas francas (livre de impostos como a Madeira);
  • Os enclaves territoriais no estrangeiro, como embaixadas, consulados e bases militares (ex.: Lajes);
  • Os jazigos de petróleo ou de gás natural situados em águas internacionais, mas explorados por agentes económicos residentes no país.

 

3 – Unidades residentes

Unidade residente de um país é uma unidade que tem um centro de interesse económico predominante no território económico desse país, realizando aí atividades económicos por um período superior a 1 ano.
Ex.: Volkswagen, detida por alemães, presente em Portugal há 25 anos

No caso das unidades não residentes o período é inferior a 1 ano.

 

4 – Ramos de atividade

Cada ramo de atividade é constituído por um conjunto de unidades de produção homogénea.

 

9.3 Óticas de cálculo do valor da produção

 

Três óticas:

  • Ótica do Produto (∑ valores acrescentados);
  • Ótica do Rendimento (∑ todos os rendimentos);
  • Ótica da Despesa (∑ todas as despesas finais realizadas).

 

Produto = Rendimento = Despesa

 

Cálculo do valor da produção pela ótica do Produto

Suponhamos o seguinte:

  • Um agricultor produz morangos no valor de 100 euros;
  • Uma empresa compra os morangos e transforma-os em compota por 250 euros;
  • A compota é comercializada no supermercado por 300 euros.

 

Com o objetivo de conhecer o valor da produção, somando tudo teríamos 100 + 250 + 350 = 700 euros. No entanto, incorremos num problema de múltipla contagem

Problema da múltipla contagem – a mesma produção é contabilizada mais do que uma vez.

 

Para ultrapassar o problema da múltipla contagem, o valor do Produto pode ser calculado de 2 formas:

 

Método dos valores acrescentados

Produto = ∑ valores acrescentados = 100 + 150 + 50 = 300 euros

 

Método dos produtos finais

Produto = ∑ valor das vendas dos produtos finais = 300 euros

 

 

Produto Interno Vs. Produto Nacional

Produto Interno: Produto criado num dado território económico pelas unidades residentes e não residentes.
Ex.: ordenado de um alemão a trabalhar em Portugal

Produto Nacional: Produto criado pelas unidades institucionais residentes, independentemente do território económico onde foi efetuada a produção.
Ex.: ordenado de um português a trabalhar em Angola

 

Produto Nacional = Produto Interno + Saldo dos Rendimentos do trabalho, da propriedade e da empresa pagos ao Resto do Mundo

Saldo dos Rendimentos do trabalho, da propriedade e da empresa pagos ao Resto do Mundo = Rendimentos do trabalho, da propriedade e da empresa recebidos do Resto do Mundo – Rendimentos do trabalho, da propriedade e da empresa pagos ao Resto do Mundo

 

 

Produto Bruto Vs. Produto Líquido

Produto Líquido = Produto Bruto – Consumo de Capital Fixo

 

 

Produto a preços de mercado Vs. Produto a custo de fatores

Produto a custo de fatores tem o preço a que o produto sai da empresa.

Produto a preços de mercado tem o preço do produto já comercializado com os impostos adicionados e subsídios deduzidos.

 

Produto pm = Produto cf + Impostos sobre o produto (indiretos) – Subsídios à produção

PIB pm = PIB cf + Impostos sobre o produto (indiretos) – Subsídios à produção

PNB pm = PNB cf + Impostos sobre o produto (indiretos) – Subsídios à produção

 

 

Produto a preços correntes Vs. Produto a preços constantes

O uso dos preços correntes permite observar a variação nominal do Produto em resultado de variações do preço e da quantidade produzida.

O uso dos preços constantes elimina o efeito da variação dos preços, já que considera um ano-base e compara a evolução das quantidades produzidas (variação real) no período considerado.

 

Cálculo do valor da produção pela ótica do Rendimento

 

PIB cf = Remunerações do trabalho + Excedente Bruto de Exploração

PIB pm = Remunerações do trabalho + Excedente Bruto de Exploração + Impostos Indiretos – Subsídios à produção

 

Remunerações do trabalho: salários e vencimentos
Excedente Bruto de Exploração: lucros, rendas e juros

 

 

Produto Nacional Bruto pm = Rendimento Nacional Bruto pm

RNB pm = PIB pm + Saldos dos Rendimentos do Trabalho, da Propriedade e da Empresa com o Resto do Mundo

 

 

Cálculo do valor da produção pela ótica da Despesa

 

Despesa Interna = Consumo Privado + Consumo Público + Investimento + Exportações – Importações = PIB pm

Despesa Nacional = Despesa Interna + Saldo dos Rendimentos com o Resto do Mundo = PNB pm

 

Nota: Investimento = Formação Bruta de Capital Fixo + Variação de Existências

 

Procura Interna = Consumo Privado + Consumo Público + Investimento

Procura Global = Consumo Privado + Consumo Público + Investimento + Exportações

Despesa Interna = Procura Global – Importações

 

PNB pm = RNB pm = Despesa Nacional

 

 

9.4 Limitações da Contabilidade Nacional

 

Duas grandes limitações:

  • Os registos utilizados estimam apenas os bens e serviços transacionados no mercado;
  • Externalidades são tratadas de forma deficiente.

 

A Contabilidade Nacional não tem em conta:

  • A produção para autoconsumo;
  • Economia informal;
  • Economia subterrânea;
  • Economia ilegal.

Limitações na interpretação dos resultados:

  • Não traduz o bem-estar material da sociedade;
  • O Produto não traduz efetivamente a qualidade de vida da população;
  • Esconde desigualdades na repartição dos rendimentos.

 

9.5 As Contas Nacionais portuguesas

(Só análise)

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APRESENTAÇÃO POWERPOINT

Revê aqui a matéria/resumo/síntese de Economia A:

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EXERCÍCIOS

Exercícios de exame:

Proposta de correção: clicar aqui

APRENDIZAGENS ESSENCIAIS

O que tens de saber neste capítulo, segundo o programa de Economia A – 11º ano:

 

TEMA III – A CONTABILIZAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÓMICA

UNIDADE 9: A CONTABILIDADE NACIONAL

 

  • Objetivos de aprendizagem:
    • Compreender a noção de Contabilidade Nacional
    • Explicitar os objetivos da Contabilidade Nacional
    • Definir sector institucional
    • Caracterizar os sectores institucionais
    • Explicar o conceito de território económico
    • Distinguir unidade residente de unidade não residente
    • Identificar os ramos de atividade
    • Justificar as diferentes perspetivas de cálculo do valor da produção no contexto do equilíbrio entre empregos e recursos
    • Explicar em que consiste o problema da múltipla contagem no cálculo do Produto
    • Distinguir valor da produção de valor do Produto
    • Distinguir os dois métodos de cálculo do valor do Produto
    • Explicitar o conceito de VAB
    • Deduzir o valor do Produto a partir do VAB
    • Explicitar o conceito de Amortização (CCF)
    • Diferenciar Produto Líquido de Produto Bruto
    • Distinguir Produto Interno de Produto Nacional
    • Explicitar o conceito de Produto a preços de mercado
    • Calcular o valor dos diversos tipos de Produto
    • Distinguir Produto a preços correntes de Produto a preços constantes
    • Justificar a vantagem do cálculo do Produto a preços constantes
    • Distinguir as várias componentes do Rendimento
    • Calcular o valor do Rendimento
    • Identificar as componentes que permitem calcular o Rendimento Disponível dos Particulares
    • Distinguir as várias componentes da Despesa
    • Calcular o valor da Despesa Interna
    • Distinguir Despesa Interna de Despesa Nacional
    • Calcular o valor da Despesa Nacional
    • Calcular a Procura Interna
    • Calcular a Procura Global
    • Explicar as limitações da Contabilidade Nacional, nomeadamente a dificuldade de quantificar algumas atividades económicas e a indiferença perante a utilização dos recursos e o tipo de produção obtido
    • Fazer a leitura dos agregados das Contas Nacionais portuguesas e das respetivas componentes

 

  • Conceitos:
    • Contabilidade Nacional
    • Sectores institucionais:
      – Sociedades
      – Instituições financeiras
      – Administrações Públicas
      – Instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias (ISFLSF)
      – Famílias
      – Resto do Mundo
    • Território económico
    • Unidade institucional:
      – Residente
      – Não residente
    • Ramo de atividade
    • Óticas de cálculo:
      – Do Produto
      – Do Rendimento
      – Da Despesa
    • Métodos de cálculo do valor do Produto:
      – Dos produtos finais
      – Dos valores acrescentados
    • Valor Acrescentado Bruto (VAB)
    • Consumo Intermédio
    • Amortização/Consumo de Capital Fixo (CCF)
    • Produto:
      – Líquido
      – Bruto
    • Saldo dos rendimentos do trabalho, da propriedade e da empresa com o Resto do Mundo
    • Produto:
      – Interno
      – Nacional
    • Impostos indiretos
    • Impostos alfandegários
    • Subsídios à produção
    • Produto:
      – A preços correntes
      – A preços constantes
    • Remunerações do trabalho
    • Rendimentos de empresas e propriedades
    • Transferências:
      – Internas
      – Externas
    • Rendimento Disponível dos Particulares
    • Consumo:
      – Privado
      – Público
    • Investimento Bruto/Formação Bruta de Capital:
      – Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF)
      – Variação de Existências (VE)
    • Exportações
    • Importações
    • Despesa:
      – Interna
      – Nacional
    • Procura:
      – Interna
      – Global
    • Auto – consumo
    • Sector informal
    • Economia subterrânea
    • Externalidades:
      – Positivas
      – Negativas

 

AE – APRENDIZAGENS ESSENCIAIS:

  • Referir objetivos da Contabilidade Nacional;
  • Distinguir os conceitos necessários à Contabilidade Nacional (unidade institucional; setores institucionais: Famílias, Sociedades financeiras, Sociedades não financeiras, Administrações públicas, Instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias/ISFLSF e Resto do mundo; território económico; unidade institucional residente e unidade institucional não residente; ramos de atividade);
  • Explicar as dificuldades do cálculo do valor da produção na ótica do Produto, explicitando em que consiste o problema da múltipla contagem e as formas de o ultrapassar (método dos produtos finais e método dos valores acrescentados);
  • Deduzir o valor do Produto a partir do Valor Acrescentado Bruto /VAB (soma do valor da produção por ramos de atividade deduzida do valor dos consumos intermédios necessários para a obter);
  • Distinguir Produto Líquido de Produto Bruto (consumo de capital fixo/amortização), Produto Interno de Produto Nacional (saldo dos rendimentos primários com o Resto do mundo) e Produto a preços constantes de Produto a preços correntes e calcular o seu valor;
  • Explicitar em que consiste o PIB na ótica da produção e calcular o seu valor (VAB a preços de base dos ramos de atividade acrescido dos impostos indiretos ligados ao produto líquido de subsídios);
  • Explicitar em que consiste o PIB na ótica da Despesa, distinguindo cada uma das suas componentes (consumo privado, consumo público, investimento: FBCF+VE, exportações e importações);
  • Distinguir Procura Interna de Procura Global e Despesa Interna de Despesa Nacional e calcular os seus valores;
  • Explicitar em que consiste o PIB na ótica do Rendimento, distinguindo cada uma das suas componentes (remuneração dos empregados, impostos sobre a produção e a importação líquidos de subsídios, excedente de exploração bruto/rendimento misto) e calcular o seu valor;
  • Explicitar o conceito de Rendimento Nacional Bruto, partindo do PIB a preços de mercado;
  • Constatar a igualdade básica da Contabilidade Nacional: Produto = Despesa = Rendimento;
  • Analisar limitações (economia não observada: autoconsumo, setor informal e economia subterrânea; externalidades: positivas e negativas) e insuficiências (nomeadamente, não traduzir o bem-estar da sociedade e as desigualdades na distribuição dos rendimentos) da Contabilidade Nacional.

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MAIS DE ECONOMIA A – 11º ANO:

8 |   Os agentes económicos e o circuito económico

9 |   A Contabilidade Nacional

10 |   Relações económicas com o resto do mundo

11 |   A intervenção do Estado na economia

12 |   A economia portuguesa no contexto da União Europeia

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